A Distopia da Tecnocracia Feudal
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Com o fim do feudalismo devido a fome, pestes e guerras surgiu o capitalismo que gerou mais fome, pestes e guerras devido a sua tecnocracia doentia e lideres que só pensou em si mesmos, sociedades secretas e confrarias dominaram o mundo e o que sobrou são os ricos e os escravos, esse mundo virou uma distopia tecnocrática feudal.
Feudalismo compreende o sistema político, econômico e social que predominou na Europa Ocidental entre o início da Idade Média até a afirmação dos Estados modernos, tendo seu apogeu entre os séculos XI e XIII. O conceito teórico foi criado nos séculos XVII e XVIII por advogados franceses e ingleses, e popularizado pelo filósofo Charles-Louis de Secondat, barão de Montesquieu. Os romanos, a exemplo dos gregos, chamavam de "bárbaros" a todos aqueles que não tinham seus costumes e que não falavam sua língua. Entre esses povos, estavam os germanos, cujas invasões provocariam a desestruturação do Império Romano do Ocidente.
Aqueles que questionavam os dogmas (verdades reveladas) instituídos pela Igreja eram vistos como inimigos. Em outras palavras, os que interpretavam os ensinamentos cristãos de maneira diferente daquela que a Igreja pregava eram chamados de hereges (por professarem uma fé diferente da católica).
A dissolução do feudalismo foi apressada no final da Idade Média por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada Crise do século XIV. A produção de alimentos sempre foi deficiente no sistema feudal, de modo que a fome era uma ameaça constante. Entre 1315 e 1317, a situação se agravou e provocou surtos de fome em vários lugares da Europa. A falta de estrutura das cidades, para suportar o aumento populacional, associada ao problema da fome acabou desencadeando uma série de epidemias. A pior de todas foi a chamada "peste negra", que assolou a Europa entre 1348 e 1350 e matou cerca de um terço de toda a população. Aos poucos, o sistema capitalista acabaria por substituir inteiramente o feudalismo, tornando-se dominante no séculos seguintes.
Após a crise das dívidas soberanas, o termo tecnocrata foi novamente usado na imprensa europeia. Estes, tais como os primeiros-ministros de Itália (Mario Monti) e da Grécia (Lucas Papademos), foram vistos por uns como solucionadores de problemas que os políticos não conseguiram resolver e, por outros, como pessoas catapultadas para o topo da política, a fim de pôr em prática as ordens dos seus "diretores" na Alemanha e na França, tendo por conseguinte a palavra tecnocrata, adquirido uma conotação pejorativa.
O termo tecnocracia deriva das palavras gregas tekhne, que pode significar técnica, destreza, habilidade ou aptidão. Ao passo que kratos, designa governo. William Henry Smith, um engenheiro californiano, é apontado como o inventor do termo tecnocracia em 1919, que o definia como "the rule of the people made effective through the agency of their servants, the scientists and engineers", embora a palavra já tivesse sido usada várias vezes antes.
O pensamento tecnocrata se origina nas raízes da Escola de Pitágoras cujo projeto era implantar "o Governo dos Sábios". Pitágoras - mais de 2500 anos atrás - pode ser considerado “o primeiro pensador tecnocrata” que lutou pela causa do saber contra a tirania sendo perseguido e condenado à morte. Entretanto, os seus discípulos disseminaram suas ideias que permanecem atuais. Para os pitagóricos a atividade científica seria a forma mais elevada de purificação da alma.
A Distopia da Tecnocracia Feudal
O que é a tecnocracia feudal? É um termo que descreve uma forma de organização social e política baseada na dominação de uma elite tecnológica sobre as massas. Nessa distopia, os detentores do conhecimento e do poder tecnológico usam sua vantagem para explorar, controlar e manipular os demais, criando uma sociedade desigual, injusta e opressiva.
A tecnocracia feudal não é uma ficção científica, mas uma realidade que já se manifesta em vários aspectos da nossa vida cotidiana. Vejamos alguns exemplos:
- A concentração de riqueza e influência nas mãos de poucas corporações tecnológicas, como Google, Facebook, Amazon e Apple, que detêm o monopólio de serviços essenciais para a comunicação, a informação, o consumo e o entretenimento. Essas empresas coletam e analisam os dados pessoais dos usuários, sem o seu consentimento ou transparência, e usam essas informações para moldar seus comportamentos, preferências e opiniões.
- A precarização do trabalho e a substituição dos trabalhadores humanos por máquinas inteligentes, que reduzem os custos e aumentam os lucros dos donos do capital. A automação e a inteligência artificial ameaçam eliminar milhões de empregos em diversos setores da economia, gerando desemprego, pobreza e exclusão social. Além disso, os trabalhadores que permanecem no mercado são submetidos a condições degradantes, como jornadas extenuantes, salários baixos e falta de direitos e benefícios.
- A erosão da democracia e da soberania popular pela interferência das tecnologias digitais nos processos eleitorais e políticos. As redes sociais e as plataformas de mídia se tornaram os principais canais de informação e debate público, mas também são usados para disseminar fake news, propaganda ideológica e discursos de ódio. Os algoritmos e os bots influenciam as escolhas e as percepções dos eleitores, favorecendo candidatos e partidos alinhados aos interesses das elites tecnocráticas. Os governos também usam as tecnologias de vigilância e controle para monitorar e reprimir os cidadãos que se opõem ao seu regime.
- A alienação e a perda da identidade humana pela dependência excessiva das tecnologias digitais. As pessoas passam cada vez mais tempo conectadas aos seus dispositivos eletrônicos, consumindo conteúdos superficiais e efêmeros, sem questionar sua origem ou veracidade. Elas se isolam da realidade e das relações sociais presenciais, perdendo o senso crítico e a capacidade de reflexão. Elas também se submetem a padrões estéticos e comportamentais impostos pelas mídias digitais, buscando a aprovação e a validação dos outros através de likes e seguidores.
Como podemos resistir à tecnocracia feudal? Não há uma resposta simples ou única para essa questão. Mas podemos começar por tomar consciência dos riscos e dos desafios que as tecnologias digitais representam para a nossa sociedade e para a nossa humanidade. Podemos também buscar formas de usar essas tecnologias de maneira crítica, ética e responsável, respeitando os direitos humanos e os valores democráticos. E podemos ainda participar ativamente dos espaços públicos de discussão e decisão sobre o desenvolvimento e o uso das tecnologias digitais, exigindo transparência, regulação e fiscalização das corporações e dos governos que as controlam.
A tecnocracia feudal é uma distopia que pode se tornar realidade se não agirmos em defesa da nossa liberdade, da nossa dignidade e da nossa cidadania. Não podemos nos render ao fatalismo ou ao conformismo diante do avanço tecnológico. Podemos sim construir um futuro melhor para nós mesmos e para as próximas gerações.